Viticulture






Terroir, termo utilizado na produção de vinhos, significa literalmente terreno, mas abrange características do solo, microclima e ecossistema local de onde a uva foi plantada, influenciando na característica dos vinhedos e dos vinhos. Um vinho tende a demonstrar essas características, diferenciando-o dos demais, ainda que seja utilizada a mesma variedade de uva. Produzido em solo norte-americano, o Viticulture possui o Terroir de um autêntico europeu, embora leve e palatável para a maioria dos jogadores, iniciantes e experientes.

Viticulture reproduz bem o Terroir Europeu, sobretudo da região da Toscana na Itália. Cada jogador tem o objetivo de adquirir prestígio para sua pequena vinícola, transmitida por herança, administrando e desenvolvendo para atender a pedidos. Produzindo e entregando vinhos brancos, tintos, rosés e espumantes, a partir de diversas variedades de uvas, cada uma com requerimentos específicos. 


O jogo utiliza eminentemente duas mecânicas, administração de cartas e alocação de trabalhadores. Esta é implementada de forma marcante, diferenciando-se de outros jogos do estilo. As ações são selecionadas conforme as estações do ano, nem todas estarão disponíveis o tempo todo. Na primavera planeja-se o momento do despertar, determinando a ordem do turno. Aqueles que decidem acordar/jogar mais tarde ganham um bônus melhor em relação àqueles que decidem começar mais cedo. No verão temos algumas ações disponíveis, condizentes com a estação. É possível neste momento selecionar as uvas, plantar, receber convidados, construir melhorias, entre outras ações. Entretanto, o trabalhador não retorna ao término da estação, mas apenas no fim do ano. Desta forma, o trabalhador utilizado representa menos uma ação disponível para o inverno.

Como apenas parte das ações estão disponíveis, o jogador deve decidir em que momento interromper sua jogada, poupando trabalhadores para a próxima estação. Depois que todos passarem, chega o outono, e no outono novos visitantes (cartas com efeitos diversos para serem utilizadas pelo jogador). No inverno as ações de colheita e produção de vinhos tornam-se disponíveis. Além da contratação de mais trabalhadores, aquisição de cartas de pedido e atendimento dos pedidos. No fim do ano, os vinhos produzidos e uvas já colhidas envelhecem, intensificando seu sabor, e consequentemente seu valor.


O cuidado com o tema está presente nos componentes, desde as miniaturas de estruturas até os marcadores de vidro para identificação de uvas e vinhos. A arte dos tabuleiros remete a uma pintura da Toscana, com todos os detalhes necessários para lembrar o jogador de sua missão, desenvolver uma pequena vinícola em busca de prestígio. Ao término do jogo, assim que algum jogador atingir vinte pontos, aquele que tiver mais pontos vence. Cada ponto faz total diferença, o que demonstra que este é um jogo com placar bem apertado, exigindo que as ações sejam pensadas com cuidado. Um único erro pode custar a vitória. Isso, contudo, não torna o jogo punitivo, ao contrário, é jovem e leve, mas com personalidade marcante. Para até seis jogadores, harmoniza bem com quase todas as mesas.

Comentários

  1. Excelente texto, Enderson. Tinha muita vontade de testar esse jogo, espero conseguir jogá-lo em breve.

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