Drops RuneQuest #7 - Paixões

Os sistemas de RPG costumam oferecer recursos para a guiar os jogadores em relação ao temperamento, personalidade e sentimentos do seu personagem. Em FATE, encontramos eles nos Aspectos; em D&D nos alinhamentos; no Vampiro: A Máscara, as convicções, desejos, a Humanidade, etc; em Mortal Coil, as Paixões.

Em RuneQuest temos para isso, as Paixões e as Runas. Agora falaremos das Paixões. Paixões em RuneQuest são agrupadas em Lealdade, Ódio, Amor, Devoção, Honra e Medo. Outras, no entanto, podem ser criadas. No livro básico desse jogo, temos o seguinte sobre a importância das paixões no cenário:

Os mitos e a história de Glorantha são repletos de intensa emoção, que pode levar a ápices de heroísmo e profundidades de tragédia. Amor, Ódio, Medo, Devoção e Lealdade são frequentemente colocados em terrível conflito entre si, além de desafiar códigos pessoais de honra. Exemplos abundam na mitologia de Glorantha: Orlanth matou o Deus-Sol Yelm para provar seu amor por Ernalda; o ódio de Arkat por Gbaji trouxe cinquenta anos de guerra terrível, onde até deuses morreram; a honra do Príncipe Tarkalor o levou à guerra com o Imperador Vermelho e à desastrosa batalha do Pico Cinzento; a devoção do Rei Broyan a Orlanth permitiu-lhe continuar lutando muito depois de toda a esperança parecer perdida; e a lealdade de Kallyr Starbrow à ideia de um Reino de Sartar livre resultou na Ascensão dos Dragões.

Gostaria de mostrar um exemplo que vi numa sessão de RuneQuest estes dias. Uma iniciada em Ernalda (deusa da terra e fertilidade) estava apaixonada por um personagem de um dos jogadores e este por ela. Ela tinha duas Paixões: Amor pelo personagem (que esqueci o nome) em 70% e Devoção ao Templo em 80%. O mestre rolou as duas paixões para decidir o que a NPC escolheria. Ela falhou na rolagem de Devoção e teve sucesso na rolagem de Amor. Resultado: ela fugiu do templo com seu amado, gerando uma rixa de sangue com a família dela.

Como vimos, as Paixões podem ser usadas para definir escolhas dos personagens mas podemos também usá-las para Inspirar alguma ação. Uma Paixão pode ser usada para aumentar alguma perícia em um teste de 20% a 50%. Em contrapartida, num péssimo resultado, pode deixar o personagem Desesperado.

Quando a Paixão é muito alta, 80% ou mais, o mestre pode solicitar uma rolagem desta Paixão. Isso ocorre se o personagem agir em desacordo com a Paixão. O mestre então pode reduzir a paixão para um nível abaixo de 80% ou então pedir para o jogador opor a Paixão em questão por outra, para que o personagem possa agir de forma diferente do que manda aquela Paixão em valores tão altos. 

Referências:

Comentários

  1. Nunca li RuneQuest. Vi o texto e essa mecânica de Paixões é mal feita, para dizer o mínimo. Por mais que haja regras para quantificar as metas e motivações do PJ (amor a não sei quem 70%, lealdade à nação X 80%), as escolhas difíceis e dramáticas sempre devem estar na mão do jogador. Quando vc joga essas paixões e os dados o fazem escolher sua conduta ou suas prioridades, o jogo deixa de ser roleplay para ser rollplay e isso é não é bom. Se o PJ agir em desacordo com uma dada paixão e tem que ter teste para o PJ agir como quer... a coisa toda é mal feita e desnecessária. Alinhamento de D&D e a Humanidade em Vampiro nunca fariam o PJ agir de tal maneira e ter testes para ele poder agir

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    1. Obrigado, pelo comentário, Luiz.

      O texto que eu escrevi é incompleto sobre a forma como uma Paixão chega a 80% ou mais. Ela chega por uso ativo do jogador ao Inspirar suas ações através de uma Paixão (ou Runa). Quando ele faz um teste de Inspiração com alguma paixão (não é obrigatório) para dar bônus para seu personagem em alguma perícia (skill) e tem sucesso, ele ganha um check naquela Paixão. Ou seja, ao final da aventura, ele vai fazer um teste para saber se o percentual daquela Paixão vai aumentar.

      Além dessa questão, todo o resto é uma orientação para o roleplay, onde o jogador é livre para fazer um teste oposto entre duas paixões (ou runas) para o resultado definir como ele vai agir.

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    2. Tentando deixar o último parágrafo mais claro: o teste citado é bem ao critério do jogador, ele faz caso queira deixar as coisas ao acaso em alguma circunstância. Na maioria das vezes, ele vai apenas julgar pesando as várias paixões do seu personagem.

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    3. E temos a Runa do Caos que afeta as atitudes de um personagens de forma maligna mas isso é outra história.

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